segunda-feira, 18 de abril de 2011

A importância de ser [ primeiramente] feliz sozinho



Há muito tempo que eu estava querendo ver esse filme. Sempre que eu entrava na livraria Siciliano, o título do livro chamava a minha atenção. Embora sem saber do que se  tratava, achei-o bem instigante. Esse filme é muito interessante, mas é necessário que você veja além dos cenários, dos países, da linda trilha sonora e da história de amor..Mais do que um romance, o foco é a busca pela identidade e os danos , perdas e arrependimentos causados por uma indentidade confusa.

Muitas pessoas têm mania de relacionamento. Elas têm mania de romance, são dependentes emocionais e às vezes co-dependentes. Só se sentem felizes e realizadas se estiverem namorando.Tem gente que busca sua identidade nos recursos que possuem ( carro, diploma, status, etc). Cada pessoa com uma indentidade mal trabalhada vai buscar aceitação e suporte em alguém ou algo. Pode ser diferente de pessoa para pessoa.

Confesso que por um bom tempo( entre os 20 aos 25 anos de idade) minha vida era definida por romance. Se não tivesse romance na minha vida, não tinha nada. Nessa mesma fase quando o romance não era presente,a minha vida era definida por um artigo acadêmico ou um seminário que eu iria apresentar.Aceitação dos meus professores universitários foi algo que  pesou muito pra mim naquele tempo.Na minha cabeça, eu tinha que estar entre os top 10 da classe.

Busquei-a também no culto ao corpo.Já fui de passar 3hrs na academia direto. Achava que se fosse toda sarada as pessoas me aceitariam,facilitando assim a  minha vida social e amorosa.Toda vida que eu ouvia um menino dizer que eu era tudo mas ele só via em mim uma amiga, eu sabia que ele estava me chamando de gorda,pq foi só eu emagrecer que eu deixei de ser Gisley e passei a ser "meu amor, lindona e querida". Eu tive muito nojo desses meninos. Também vivenciei o outro lado da moeda, se por um lado eu era gorda, agora os meninos se aproximavam porque eu tinha uma embalagem atraente, mas saber de mim que é bom, nada!

Falei tudo isso para dizer que a pessoa antes de amar ao próximo tem que amar a si mesma e isso é a temática do filme. Liz Gilbert(Julia Roberts) sempre esteve em um relacionamento desde os 15 anos de idade. Ou ela estava começando ou terminando um relacionamento.Em cada relacionamento ela se moldou ao que ela achava que aquela pessoa queria.Você já fez isso? Casou com um homem maravilhoso, mas não pôde viver por muito tempo aquela vida, pois tinha fundido a sua personalidade ao estilo de vida do marido. Teve outro relacionamento tb que não deu certo.

Ela finalmente decide investir na vida dela por um ano e ficar longe de tudo e de todos.Querer se conhecer, se descobrir, saber quem realmente é ao invés de se comportar ou fundir sua personalidade com uma de outra pessoa.

Fundir a personalidade é quando você passa a desenvolver dizeres, hábitos e manias que não são suas, mas do seu parceiro ou dos seus amigos.Já não é mais você agindo,falando ou pensando, mas eles através de você[isso é muito comum quando os filhos adolescentes imitam o comportamento dos seus amigos, o que acaba assustando os pais].

Já não é você, mas as músicas que eles escutam, os lugares que eles freqüentam, os amigos que eles têm, as roupas ou marcas que eles vestem, o poder aquisitivo deles, os conceitos deles, as piadas deles, os hobbies deles.

Quando isso acontece, você pode permanecer num relacionamento abusivo(ou numa amizade nociva) por muito tempo, achando que você pode fazer aquela(s) pessoa(s) te amar(em), por achar que você pode "salvar aquela(s) pessoa(s)", por achar que ter alguém é melhor do que ficar sozinha, por medo da rejeição.

Liz Gilbert então decide ir à três lugares: Itália, Índia e Bali. Todos os lugares são importantes e decisivos na vida dela por motivos e razões distintas.Em cada lugar ela aprende coisas sobre si mesma e com as outras pessoas. Às vezes estamos em lugares e com pessoas que são tão diferentes da gente, mas se abrirmos a cabeça, podemos aprender muito com elas. Todo lugar tem algo a nos ensinar: seja bom ou ruim, é aprendizado. A questão de perdoar a si mesmo é outra questão bem trabalhada no filme.

Pontos bons do filme : trilha sonora, o enredo e um pouco da gente ( vocês vão entender quando assistirem o filme) e é baseado em fatos reais.Se você coleciona DVDS, vc precisa comprar este!

Se pudesse definifir um filme em uma frase: Nunca é tarde para aprender e descobrir mais de nós mesmos.

Se pudesse definir o filme em um provérbio diria que quando nos amamos e nos conhecemos bem, atraímos coisas boas  que tem a ver com a gente. Não precisamos ir atrás do amor, ele é que nos encontra. É como um jardim que você cultiva: ao invés de sair caçando as borboletas, elas é que vem até você!

Deixo com vocês umas frases do livro em que o filme foi baseado:


"No amor desesperado, nós sempre inventamos os personagens dos nossos parceiros, exigindo que eles sejam o que nós precisamos deles, e, em seguida, sentindo arrasadas quando eles se recusam a desempenhar o papel que nós criamos no primeiro lugar." — Elizabeth Gilbert ( Eat, Pray, Love ) 



"Você tem que participar incansavelmente na manifestação de suas próprias bênçãos." — Elizabeth Gilbert ( Eat, Pray, Love)


"É melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver a imitação da vida de outra pessoa com perfeição." — Elizabeth Gilbert ( Eat, Pray, Love)



"Há momentos que temos que procurar o tipo de cura e paz que só podem vir da solidão."
-Elizabeth Gilbert ( Eat, Pray, Love)


Agora vamos de trailer :









Minha frase para esse post :

Quando temos uma indentidade bem trabalhada, nenhuma mania é mais recompensadora do que aquela de conhecer e  amar a si mesmo.
 Isso nos ensinará que na vida a gente só leva aquilo que tolera.
Tb nos ensinará que não há nada pior que dá coisas certas às pessoas erradas.

Quando nos amamos de verdade, as pessoas certas não são punidas, e as pessoas erradas já não tiram vantagens de nós.

23 comentários:

  1. Oi Gisley!
    Adorei o seu post! Ótima dica de filmes, vou assistir. Eu ouvi bons comentários sobre esse filme e livro mas até hoje não assisti e nem li.
    Seus comentários me lembraram um dia conversando com um amigo meu. Ele me perguntou o que faria se ganhasse na loteria, e eu disse que iria viajar. E ele disse que também, e que iria sozinho. Aí eu falei, nossa sozinho? que triste! Aí ele falou o que o que você disse no título que a gente precisa ser feliz sozinho. Que se eu tenho que saber me divertir sozinha, não depender de alguém. Nuossa, isso realmente é verdade. Se a gente não consegue ser feliz sozinho, sempre colocaremos culpa no outro pela nossa infelicidade, mas que na verdade é culpa nossa. :P Adorei, vou refletir seus comentários.
    beijo!

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  2. Gi,mais uma vez um post muito lúcido e digno de reflexão!...assim que possível vou querer assistir o filme.
    Qto ao layout do *Alessandra Barcelos ,é uma combinação de fundo,letras e cores dos novos designer oferecidos no próprio painel de nossos blogs,beijos.

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  3. Gisley nem sabes cmo ler este post foi importante para mim xD gostei imenso de ler o q escreveste e cada dica que foi dada!! Isto ajudou-me imenso a pensar sobre a minha identidade!!

    Obrigada!! ^^

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  4. Ola Gisley,

    Este filme e realmente lindo, nao so pela trilha bem brasileira (de Bebel e Joao Gilberto) mais pela histora de vida que eles nos passa. Amar e conhecer a si mesmo e fundamental para o inicio de um relacionamento douradouro. Gostei da dica!

    se voce tiver oportunidade, veja o filme infantil RIO, alem da belissima trilha sonora o filme tambem tem uma tematica sobre relacionamentos.

    Abracos,

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  5. Oi,
    quero te dizer que os seus posts sempre me trazem algo bom, sempre me identifico com eles ou alguma parte pelo menos. Eu gosto do jeito como vc escreve. O post de hoje em especial falou muito comigo, pois estou em uma fase de busca por mim mesma. É muito gostoso, mas tbm muito dificil. Vivo buscando o meu gosto,, minhas vontades, meus sonhos... E tudo que vc falou eu concordo, é a verdade.

    Abraço.

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  6. Muito 10 meeeemo, Gi!!! Quantas vezes eu sofri disso, era dependente emcional e hoje luto dia após dia para não voltar a ser... porque dependência emocional é algo como o alcoolismo, você tem que viver dia após dia vigilante. Eu já fui de me moldar a outras pessoas, para ser aceita, hoje não faço mais isso, prefiro correr o risco de ser eu mesma, quem quiser gostar de mim que goste desse jeito aqui... com essa personalidade.

    Infelizmente eu não tive uma viagem patrocinada por uma editora para resolver meus problemas emocionais, escrever um livro sobre eles e ainda ficar rica por isso.... KKKKKK... eu apenas li um livro que recomendo a todo mundo, que se chama "Amar ou depender?" do Walter Riso. Era um tapa na minha cara a cada parágrafo que eu lia... resultado do tratamento: consegui me desintoxicar.

    Tanto é que quando eu fiz isso e foquei minha vida em alvos melhores meu emprego veio, hoje eu tenho uma vida que é minha mesma, estou me firmando como profissional, como pessoa e como mulher hoje. Não aceito mais que pessoas mandem na minha vida, só quem manda em mim mesmo é Deus, porque minha vida só pertence a Ele mesmo! As satisfações que eu devo dar é a Deus e ao Senhor Jesus, então, tá bom demais!

    O lugar mais longe que eu pude ir pra me encontrar foi dentro de mim mesma, porque nem um quarto só pra mim eu tenho, mas Deus que é Deus misericordioso me fez entender o que estava errado na minha maneira de ser e me deu a direção para uma nova maneira de ser, muito mais satisfatória para mim. Glórias a Deus por isso!!!

    Bjsss..... ♥

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  7. Que coincidência, Gisley, assisti esse filme ontem aqui em casa! Seu post fala bem mesmo da essência do filme, adorei! Um beijo!

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  8. Arrasou na sabedoria, minha linda!
    E o "primeiramente" do título já resume muita coisa.
    parabéns pela lucidez das palavras.
    bjs

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  9. Que post lindo! Eu amei...
    Bjos floridos

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  10. Oi Gisley, eu amei esse filme, confesso q deu vontade de fazer o msm. Meu noivo na empolgação disse: Vamos vender o carro e viajar pela Europa?! Hahaha.. Aí eu disse: Calma aí, um dia a gente vai.. :)

    Em seguida comprei o livro e posso te dizer que é muito melhor! A Liz é mto mais divertida do que a Julia Roberts conseguiu representar.

    Se puder, leia.

    Uma otima semana pra vc! Bjs!

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  11. Oii, Gi otimo post, Mesmo sempre correndo por ai eu passo por aki para ler seu blog pq eu curto mtu. Eu acho que a realidade eh complicada, nos vivemos num mundo que fashion eh sinonimo de identidade, as pessoas precisam ser perfeitas, precisam ter isso e aquilo para serem felizes e esquecem as pequenas coisas da vida que nos fazem felizes. Pelo menos aqui na Irlanda eu percebo que a coisa eh pior do que no Brasil, sempre qdo eu encontro alguem, ateh mesmo minha sogra a primeira coisa que as pessoas notam eh o q eu visto, se engordei, emagreci, se estou cansada, onde eu comprei o meu batom e assim vai e esquecem do principal, de se preocupar se eu estou bem de verdade. Infelizmente cabe a nos, nos tornamos role models, people builder e tambem amar a si mesmo. A vida era tao mais facil qdo eu era crianca.. hoje em dia ver crianca pedir de aniversario roupinhas com etiqueta eh chocante.. bjuuuuuuuuss e boa semana!!

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  12. Muito lindo, Gisley. Acho que todas nós mulheres passamos por momentos assim na vida, faz parte do amadurecimento até aprendermos que antes de nos dividirmos com alguém, temos que nos conhecer pos inteiro e sermos felizes sozinhas. Só alcançando esta paz de espírito é que somos capazes de ter um relacionamento saudável, de sermos e fazermos feliz. Também tenho muita vontade de ver o filme, agora ainda mais.

    Te peço licença tbm para comentar aqui o texto que você deixou o link para mim. Concordo plenamente com o que você escreveu. Em primeiro lugar, as pessoas já não sabem mais o que é calor humano, porque todas as relações são tecnológicas. E a partir disso criam fantasias e carências em cima destas ferramentas. Eu não adiciono mesmo na minha rede social quem eu não conheço pessoalmente e mantenho contato de verdade. Que se danem as críticas. E até mesmo aui na blogosfera muitas vezes passo por situações ridículas. Mulheres que dão em cima do meu marido descaradamente em comentários, por exemplo, gente que tenta adicionar deliberadamente nas redes sociais sem nunca ter sido convidado e desenvolvido uma relação no blog que levasse a isso. É muita falta de noção e respeito de uma geração inteira.

    Você como sempre arrasando!

    Beijos

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  13. Gi eu gostei + do post que do filme :) kkkk!!! e vc já tpa melhor ? besitos

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  14. Gostei muito de sua última mensagem no post, pena que não pude lê-la há dez anos atrás quando eu mais precisava :(

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  15. Olá

    Eu li o livro e assisti o filme mas não gostei muito :(
    Acho que nunca estive nessa situação,pois sempre soube aproveitar bem a minha companhia.
    Uma coisa ou outra a gente sempre muda para agradar o outro,mas a mudança não deve ser tanto a ponto de não sermos nós mesmos.

    Abraços

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  16. Hooo Gi eu avisei sim do selinho, será que o post deu problema e foi assim em todos os blogs? eu avisei em todos, estranho :(

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  17. Oi Gisley,

    Eu li o livro apenas e confesso que não consegui terminar, talvez por não ter tido a sua perspectiva positiva. Achei o livro uma exaltacão do eu.
    Bom, pela sua descricão filme parece trazer outras licões, ou pelo menos eles parecem ter aproveitado melhor o lado positivo que a autora imprimiu no livro. Talvez dê uma chance ao filme, quem sabe???

    Obrigada pelo recado carinhoso la no blog :)

    Bjs

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  18. Nossa querida muito bom,um dos melhores livros e filme meus favoritos ,uma semana linda pr vc bjks no teu coração ti gosto muitooo!!!

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  19. Ótimo post Gisley! Estou lendo esse livro e estou amando, ele consegue ser bem melhor que o filme. Ele levanta ótimas questões, e ressalta a importancia da gente se encontrar, e encontrar nosso caminho de felicidade longe de perspectivas e pressões impostas pela sociedade de uma forma geral.
    Beijinhos

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  20. Oi Gi,

    Confesso que nao assisti esse filme ainda, e nem li o livro ,mas depois desse post maravilhoso,vou assistir o filme com certeza!!

    Teve uma fase da minha vida dos 14 aos 17 que eu vivia atras de romance ,tao tolinha rsrsrs achava que para estar bem na fita tinha que estar acompanhada .

    Gi , querida obrigado pelo comentario la no blog .Adoro quando voce passa por la.
    bjs.

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  21. Gisley demorei muito para ler o livro... o filme até que gostei ... Concordo com o que vc escreveu até achei seu post mais interessante que o livro rsrrsrsrs
    bjsssssssssss

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  22. Não li o livro, mas vi o filme, que me impressionou bastante. Trilha sonora com bossa nova então...como boa carioca não pude deixar de amar! Mas...
    Acho que a vida tem tantas nuances e formas e cores...só nos resta descobri-las...mas por nós mesmos! Estar em um relacionamento não significa anular o indivíduo que somos. Absolutamente não irá funcionar, pq primeiro temos que saber quem somos, para então repartir o nosso eu, e tb o que temos. Vida a dois é coisa maravilhosa, sem dúvida, mas tb não é fácil e nem garante felicidade plena. Nascemos sozinhos, morremos sozinhos, é a verdade. Deus sabe o porquê. Os dois acontecimentos mais importantes de nossas vidas não requerem nada além de nós mesmos.

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  23. OI Gisley! Sou novata no mundo dos blogs mas esse seu post foi tocante! Até porque foi exatamente o que eu fiz ( claro que sem a parte das viagens maravilhosas dela hahaha ) mas fiquei um ano completo para me (re)conhecer e depois, quando já me sentia plena Deus colocou no meu caminho a pessoa com a qual eu agora de fato quero compartilhar a minha vida. Enfim, post maravilhoso mesmo o seu! Bjs ( e prazer em conhecê-la )

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