sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Das transações relacionais- Cidades de Papel



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Saudades daqui! Que bom poder retornar e trazer uma review de filme para vocês! Esse ano eu tive que fazer uma limpeza seríssima quando se trata de amizades. Aliás, estou sempre reciclando. Isso costumava me chatear bastante, mas eu encaro isso com uma coisa maravilhosa a se fazer, coisa essa que te deixa mais afiado para saber com quem você deve passar tempo ou não. 

Algumas das pessoas que eu tive que dizer adeus entram na categoria da mocinha do filme: a Margot. Pra resumir o filme bem rapidinho é sobre uma amizade de infância, a medida que crescem eles se distanciam e na fase de adolescente eles se aproximam novamente, até que a garota some de novo. Mais detalhes no filme! 

O que notei no filme é que a Margot tem muitas coisas em comum com as pessoas que eu varri pra fora do meu coração. Ela tem o que chamo da síndrome da amizade "rapariga".Não é que a pessoa em si é rapariga, mas como ela encara a amizade é. Ela quer as regalias que uma amizade com gente sólida proporciona sem nenhuma responsabilidade de investimento, porque afinal, NA CABEÇA DELA, isso é cobrança. E não falo das amizades novas.

Alguns traços da amizade rapariga: 

- As pessoas são charmosas, atraentes e usam disso pra conseguir o que querem. Elas sabem dizer exatamente o que você quer ouvir, sabe como apelar para as suas emoções, mas é isso. Só são... PALAVRAS.... 






- Elas acreditam que as regras se aplicam a todo mundo, mas elas estão insentas. Elas podem desaparecer quando querem e bem entendem. Você não. Se você desaparece, elas passam agir muito estranho, como cachorro pé duro de rua, pedindo atenção, grunindo o tempo inteiro. Grune no seu zappi zappi, no seu face, no seu email, everywhere.... Dizem que estão com saudade mas não é verdade. Deixa mensagens lindas e melosas, mas é tudo manipulado. É só para atrair atenção para si.





- Elas não sabem lidar com perdas, rejeições, frustrações. Quando Margot descobre que foi traída pelo namorado, ela decide se vingar de todos os envolvidos. Vinganças ridículas, só porque agora ela já não era a garota mais linda do colégio com o cara mais lindo do colégio. 



-Elas usam as amizades como um meio para um fim. As vinganças são realizadas com o carro do Quentin, o tempo do Quentin, com a gasolina do Quentin. E ele acha o máximo!!! 






- Eles não pedem algo, eles são imperativos nas suas demandas. Não pergunta como você está, se você está bem, se precisa de alguma coisa. Querem saber o que você pode fazer por eles, quando, onde e como. 


- Inventam desculpas para o jeito que se comportam. Margot "churrasca" todo mundo na cidade, os chamam de paper people numa paper town( gente falsa numa cidade falsa), mas quando ela traz a referência a si mesma como paper girl, parece assim que ela está fadada a ser sempre essa pessoa. Esse é o destino dela. Fazer o quê cidadão? Amizades raparigas não gostam de ser confrontadas sobre a parte que lhes cabem, porque pra isso acontecer é necessário que elas cresçam. Elas acreditam que a vida é o que acontece a  elas. Elas tem dificuldade de aceitar que a vida é o que a gente escolhe fazer com o que acontece com a gente.

Então... O filme meio que morreu pra mim quando ele vai atrás dela em outro estado e leva uma reca de amigo junto. Algo bom eu tirei do filme. Quentin, a pessoa sólida, de bem, tem amigos verdadeiros e acaba fazendo mais amigos durante essa empreitada. Já a Margot, está cercada de várias pessoas, é influente, sabe se safar mas não tem com quem contar. 

Pessoas que tem como prioridade buscar o que é melhor pra si independente de como isso afeta os outros são pessoas que terminam assim: só consigo mesmo pra contar história. 

O filme também abordou algo muito verdadeiro sobre viver da aparência, algo que é muito velado nos EUA.Nem todo mundo é o que  transmite ser, mas às vezes eles usam máscaras para que as carências sejam alimentadas.Essa coisa de exercer domínio e poder sobre o outro é algo muito interessante para eles e isso ficou bem trabalhado no filme. E é tudo que eu possa dizer sobre a Margot: uma menina mal resolvida,que acha que arrasa, infantil, manipuladora, acha que entende de gente mas não entende nem a si. 

E você, quantas Margots já teve na vida? Já disse adeus a quantas?




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