Trilha de hoje:
Massive Attack - Inertia Creeps (State Of Bengal Mix)
Fonte: Google |
Há um tempo atrás eu queria falar sobre um assunto muito delicado, porém necessário. Esse filme veio como a cereja do bolo e me deu o material que eu precisava para tratar sobre o Transtorno de Personalidade Narcisista.
O filme conta a história de Tonya(Margot Robbie), uma patinadora brilhante cuja a infância foi muito conturbada por ter uma mãe narcisista. No filme a mãe dela é pintada como tendo um caso severo desse transtorno, mas ainda assim fica fácil ver como isso afetou a vida da atleta em seus outros relacionamentos.
À medida que Tonya evolui na fase adulta, ela passa a copiar alguns dos comportamentos de sua mãe e também atrai uma pessoa com os mesmos transtornos para se relacionar amorosamente.
O engraçado é ver como o que ela vivenciou em casa foi tomado " como algo normal " e a levou a ter relacionamentos abusivos.
Filhos vítimas de pais e mães que tem esse transtorno estão sempre se perguntando ou tentando provar algo para receber carinho, amor e atenção. Numa relação com um(a) narcisista, o amor não é algo dado livremente, mas é um prêmio pelo qual a vítima deve lutar com unhas e dentes para obter.
O carinho provido de maneira "genuína" pelo narcisista dá entender que às vezes ele se importa e tem sentimentos, mas a verdade é que não passa de um teatro para obter algo. Tudo que ele faz de bom por alguém não visa o bem da pessoa, mas sim manter uma imagem de perfeição perante a sociedade. Se algo não beneficia a imagem dele, ele não investe tempo nisso.
A razão pela qual eu queria muito escrever sobre o tema é porque a sociedade ainda vê os pais como seres sagrados, cujo filhos tem uma dívida pelo resto da vida, independente de como eles se relacionam. Acredito que com em relação às mães é ainda pior. Porque a mãe foi o ser que lhe deu a vida, o ser que se sacrificou e em várias instâncias. A mãe com o transtorno narcisista vai sempre lhe lembrar de tudo que ela fez e como se sacrificou por você e vai te fazer se sentir uma pessoa ingrata.
O narcisista tem um ego muito frágil( sofrem de baixa auto estima) e precisa estar cercado de pessoas influentes para que se sinta bem. Precisa ser validado sempre e tudo que faz precisa ser reconhecido. Ele mantém relacionamentos por interesse e não por afinidade.
Quando você consegue algo sem a ajuda dele, ocorre muita inveja e isso foi algo que eles trabalharam muito bem no filme. Ele também não opera nos níveis de certo ou errado, verdade ou mentira estabelecidos socialmente. Ele tem seu próprio código, por isso não consegue enxergar o mal que faz as pessoas. Eles justificam, usam da técnica do gaslighting ou sofrem de "amnésia seletiva".
Se você quiser mais informações sobre as características de mães com o transtorno narcisista e como elas se relacionam, clique aqui.
Infelizmente dizem que é algo que raramente há cura, já que a pessoa com o transtorno não vê nada errado na maneira como vivem. Se você é uma pessoa que nunca entendeu porque você e sua mãe( ou outro ente querido) divergiram sobre coisas insignificantes e você nunca se sentiu VERDADEIRAMENTE ACEITA COMO SER HUMANO, talvez seja importante estudar sobre o assunto.
Eu recomendo demais esse filme. A atuação de Margot Robbie está sensacional. Ela deixou transparecer todos os sentimentos que uma pessoa sente quando lidando com um narcisista.
Confira o trailer aqui.
retribuindo a visita no meu cantinho e ja amei o post de hoje!
ResponderExcluiracredito que muitos sofrem com isso mas e pouco divulgado ou tratado por isso!!!!
mas bom saber desse filme! vou procurar aqui pra ver se consigo assistir!!!
beijos lindona e ja estou seguindo vc!!!
Oi Luana, seja bem vinda!Você está certa, esse transtorno é mais comum do que as pessoas imaginam e vale a pena fazer um estudo sobre isso. Não deixa de voltar aqui para contar como foi tua experiência com o filme. Beijos!
ExcluirInteressante o assunto e creio que muito triste. Naturalmente quem sofre um transtorno, seja ela qual for, é muito complicado dele próprio identificar. E foi como vc colocou, a mãe narcisista, possessiva...acho que já começa desde a gravidez. Cria-se filhos para o mundo e a gratidão de um filho se conquista pela educação dada a ele. Nada se consegue com inquisição ou cobranças e, pior, atitudes que só prejudicam a relação com os filhos e os afastam ainda mais.
ResponderExcluirEliana, você pontuou muito bem, uma relação feita de cobranças é uma relação com prazo de validade, seja ela qual for. Infelizmente está ficando comum essa wave de pais e mães ausentes ou abusivos que acham que podem ir e vir como bem entendem, e que o filhos tem obrigação de aguentar tudo porque afinal " é seu pai" ou "é sua mãe". Espero que as pessoas procurem estudar sobre o assunto para que não venham perpetuar os mesmos sintomas em seus relacionamentos futuros.
ExcluirGisley, confesso que fiquei bem curiosa com relação a esse filme. Acredito que algumas mães, mesmo sem serem narcisistas acabam colocando essa pressão nos filhos por conta da propiap sociedade ( no caso do Brasil). Vejo muitas mães ainda jovens e com saúde que se colocam no papel de filhas e comecam a regredir de forma proposital ou por carência emocional. Situação bem pedada. Não sei se isso tem a ver com narcisismo, mas e uma ditusitu que tira o juízo de qualquer um. Fiquei pensando nisso depois de ler o post, que aliás gostei muito.
ResponderExcluirAbraço.
Dani, essa experiência que você relatou tem TUDO a ver com o narcisismo e isso é uma das várias maneiras como ela se manifesta na relação entre pais e filhos. Embora no Brasil há o ditado que se criam os filhos para o mundo, alguns criam na expectativa de sacar todo o investimento feito durante os anos. É como um contrato não verbal tomou forma sem que os filhos soubessem e cresceram achando que aquilo era normal.
ExcluirParece ser bem interessante.
ResponderExcluirOlhar d'Ouro - bLoG
Olhar d'Ouro - fAcEbOOk
Oie Rui. Eu assisti não esperando muito do filme, mas no final rendeu muito pano pra manga e tive que escrever a respeito. Espero que vc tenha uma chance de assistir. Ótimo fds!
ExcluirGISLEY,
ResponderExcluirsou seu mais novo seguidor, o de número 500, dos muitos quinhentos que você ainda terá.
Este filme ainda não chegou aqui no Brasil, pelo menos que eu saiba mas já está na minha linha de predileção.
Em um dos meus blogues o FALANDO SÉRIO, fiz uma postagem de nome " RECADO PARA ADRIANA" e pelo tema abordado aqui, acho que vai gostar.
Um abração carioca e excelente semana.
Oi Paulo, obrigado pela visita! Vou dar uma conferida nesse post. Fiquei curiosa. Volte sempre!
ExcluirGostei da reflexão e o que extraiu do filme. Ainda não o vi. Boa semana!
ResponderExcluirJovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Emerson, confere, tenho certeza que vai gerar um post sobre o qual falar a respeito no Jovem Jornalista. Ótimo fds pra vc!
ExcluirEu acho que eu já vi a capa desse filme, mas nunca parei pra ver do que ele realmente se trata. Com toda sua abordagem no assunto, fiquei bem curiosa pra assistir :)
ResponderExcluirTaís, depois me conta como foi a sua experiência!
ExcluirBeijos!
Amei ler esse post, lembro que tava doida pra ver esse filme na época do Oscar, me encantei com a sinopse e acabei deixando para lá. Muito bem lembrado. Vou tentar ver logo.
ResponderExcluirBeijossssssss
┌──»ʍi૮ђα ツ
Olha só, eu falei sobre essa aura de santidade que cerca as mães quando assisti Lady Bird. Muita gente assistiu ao filme e o criticou como sendo só "um filme de uma garota sendo mal criada com a mãe" quando na verdade o buraco era bem, bem mais embaixo. No caso de Lady Bird, especificamente, não acho que havia algum transtorno narcisista ali, só uma mãe incapaz de lidar com as próprias expectativas com relação à filha. Ainda assim, diz muito sobre nossa dificuldade em nos livrarmos de relações difíceis por conta de convenções sociais.
ResponderExcluirBom texto Gisley, muito informativo!
ResponderExcluirGostei muito do seu texto, Gisley, parabéns. Nunca havia ouvido falar sobre tal transtorno ou mesmo sobre gaslighting ou ainda sobre o filme. Me interessei muito e devo assisti-lo futuramente. Seu vídeo sobre gaslighting também: é muito interessante.
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