Fonte: Google |
Era um filme que eu não via a hora de estrear. Estava ansiosa. O trailer deu a entender que era uma história de amor real e verdadeira. A música do trailer passava essa idéia de muita paixão. De duas pessoas que se conheceram e foram feitas para ficar juntas. Convidei até uma amiga para conferir comigo.
O que parecia uma bela história de amor no começo logo se desenrolou numa montanha russa de insegurança, medo, vícios, falta de amor próprio, falta de empatia pelo outro e bullying. Eu fiquei presa na cadeira, mas não via a hora do filme terminar, da mesma maneira que entrei em certos passeios da Disney achando que era uma coisa e depois era algo muito mais intenso.Depois de 1 hora eu só conseguia pensar em " pare o mundo que eu quero descer!!!"
Em Nasce Uma Estrela, eu vi pessoas saírem do cinema achando que tinham visto uma bela história de amor. Uma história que muitos queriam ter vivido. Uns saíram suspirosos. Eu saí com mal estar. Saí mentalmente e emocionalmente drenada por ver na telinha pintado que amor = dor. Eu fiquei mal LITERALMENTE O DIA INTEIRO!
Abuso romantizado AINDA É ABUSO. Abuso com uma trilha sonora bonita e atores atraentes ainda é abuso. Muitos dos dilemas internos de Jackson Maine(Bradley Cooper) são aplacados com comportamentos impulsivos e instáveis, assim como relacionamentos instáveis. Alguns comportamentos muito presentes no filme :
- Rápida idealização do outro e rápida desvalorização: variando entre adoração e um desdém com muita frieza. Uma hora ele diz que ela é linda. Quando ela começa a vencer na carreira, ele diz que e que ela é feia. Ele ,que antes disse à ela que todos precisavam ouvir sua voz, agora diz que ela é pau mandado do empresário dela. Na cena do banheiro, ele fica dizendo pra ela que ela é feia, como se não houvesse nenhum pingo de amor nele. Ele fica dizendo isso até ela perder a estribeira com ele.
- relacionamentos intensos, instáveis e de curta duração.
- raiva descontrolada, descabida.
- impulsividade na decisões sem levar em conta como isso vai afetar os outros : Embora ele tenha colocado Ally( Lady Gaga) no mapa da indústria musical, esse ato veio com um preço muito alto. Ela infelizmente tem dificuldade em se entregar por completo aquilo que está fazendo porque está preocupada se ele vai causar dramas ou problemas desnecessários em algum lugar. Ela, antes namorada, agora age mais como uma babá emocional, vivendo em função de se certificar que ele está bem. É como se ela virasse uma mãe, passando a desenvolver um perfil codependente.
-Abuso de álcool e drogas: poucas são as vezes em que ele se encontra sóbrio e capaz de discernir o que está acontecendo. Parece que ele precisa se voltar à essas coisas para ser capaz de aliviar uma dor aguda que ele não sabe explicar. Ele prefere se voltar à esses "curativos momentâneos" do que encarar que ele não está bem, mas que simplesmente aprendeu a disfarçar seus demônios.
- Medo intenso de separação, rejeição ou abandono : o dele é mais discreto, porém presente , aparecendo no ciúme disfarçado que ele demonstra por ela.
- Comportamento auto lesivo : ele não se cuida. Parece que ele está simplesmente existindo. Ele não se importa como o abuso de drogas e álcool afeta a carreira dele e os relacionamentos dele. Parece que só existe o hoje.
- dificuldade de ter empatia pelas outras pessoas: quando ele tá na bad, só o que ele quer, o que ele acha que precisa e necessita é o que importa. Ele dá vários vexames, passa vergonha em público. Envergonha a moça várias vezes, mas não aprende. É como se ele esperasse que ela aceitasse esses comportamentos como normais.
- inteligente, brilhante, mas ´incapaz` implementar hábitos que o vão tirar do buraco. É como se ele fosse um pirralho em um corpo de um homem adulto. Ele simplesmente não consegue lidar com a realidade que o cerca.
Não é de chocar que as pessoas estejam cada vez sem norte em relação do que esperar em um relacionamento, porque o normal é algo muito ruim,e se você "ganhar na loto" porque encontrou uma pessoa verdadeiramente bacana, parece que não tem graça pois não há traços de abuso.
Essas gangorras, montanha russas emocionais, brigas seguidas de tréguas falsas disfarçadas em transas quentes não quer dizer que há amor envolvido.
E vejo em Ally o que eu vi em muitas mulheres que conheci: esse sentimento de dívida, porque o cara a ajudou de alguma forma, como se ele tomasse a posição de salvador. Ele estava feliz que ela estava crescendo profissionalmente, CONTANTO que ela não ficasse mais famosa que ele. Ele não sabia lidar com a luz dela, mas ela fez das tripas o coração para entender a escuridão dele.
Eu sei que estamos falando de um personagem masculino, mas também já vi várias mulheres com comportamentos abusivos como :
- Humilham e ridicularizam
- Mandam e ameaçam
- Invasivas( querem saber o tempo inteiro o que está acontecendo e a pessoa mesmo dizendo a verdade, ela não se satisfaz).
- Comparam o parceiro, porém bem negativamente.
- A vida do parceiro precisa gravitar em torno das vontades dela.Ele não é uma pessoa com coração e alma, ele é um brinquedo que precisa estar disponível para os caprichos dela.
Levando em consideração que abuso não escolhe título pessoal e não tem preferência( mulher, homem, criança, pai, mãe, tio, tia, chefe, funcionário,amigo, líder religioso ou guru, etc).
É muito triste ver que ainda se pensa que ausência de agressão física = a ausência de abuso, porém as chaves de braço emocionais e mentais são capazes de drenar uma pessoa e deixá-la na sarjeta da vida. E nem sempre os abusos vem de um relacionamento amoroso, mas por hora, foquemos nesse tema.
Uma coisa que achei bem trabalhada no filme foi a falácia de amar por dois. Que alguém pode salvar ou mudar o outro contanto que se entregue mais, invista mais, ame mais, compreeenda mais. Amor por dois é suicídio emocional. É codependência. Só a pessoa pode mudar por si só. Só a pessoa pode tomar consciência que suas escolhas estão estragando a sua vida e seus relacionamentos.Até ela chegar à essa conclusão, não há amor no mundo que resolva a falta de decisão dela.
Pontos positivos : a atuação de Cooper e Gaga.Ambos arrasaram. Deu pra notar uma sintonia muito boa no trabalho deles.
A trilha sonora do filme é 10, principalmente Gaga cantando La Vie En Rose. Emocionou!
Recomendo fazer algo bem alegre e alto astral após assistir esse filme, principalmente se você é de natureza empática, sensível ou intuitivo. A energia do filme é muito intensa.
Não é de chocar que as pessoas estejam cada vez sem norte em relação do que esperar em um relacionamento, porque o normal é algo muito ruim,e se você "ganhar na loto" porque encontrou uma pessoa verdadeiramente bacana, parece que não tem graça pois não há traços de abuso.
Essas gangorras, montanha russas emocionais, brigas seguidas de tréguas falsas disfarçadas em transas quentes não quer dizer que há amor envolvido.
Fonte: relacionamento abusivo |
E vejo em Ally o que eu vi em muitas mulheres que conheci: esse sentimento de dívida, porque o cara a ajudou de alguma forma, como se ele tomasse a posição de salvador. Ele estava feliz que ela estava crescendo profissionalmente, CONTANTO que ela não ficasse mais famosa que ele. Ele não sabia lidar com a luz dela, mas ela fez das tripas o coração para entender a escuridão dele.
Eu sei que estamos falando de um personagem masculino, mas também já vi várias mulheres com comportamentos abusivos como :
- Humilham e ridicularizam
- Mandam e ameaçam
- Invasivas( querem saber o tempo inteiro o que está acontecendo e a pessoa mesmo dizendo a verdade, ela não se satisfaz).
- Comparam o parceiro, porém bem negativamente.
- A vida do parceiro precisa gravitar em torno das vontades dela.Ele não é uma pessoa com coração e alma, ele é um brinquedo que precisa estar disponível para os caprichos dela.
Levando em consideração que abuso não escolhe título pessoal e não tem preferência( mulher, homem, criança, pai, mãe, tio, tia, chefe, funcionário,amigo, líder religioso ou guru, etc).
É muito triste ver que ainda se pensa que ausência de agressão física = a ausência de abuso, porém as chaves de braço emocionais e mentais são capazes de drenar uma pessoa e deixá-la na sarjeta da vida. E nem sempre os abusos vem de um relacionamento amoroso, mas por hora, foquemos nesse tema.
Uma coisa que achei bem trabalhada no filme foi a falácia de amar por dois. Que alguém pode salvar ou mudar o outro contanto que se entregue mais, invista mais, ame mais, compreeenda mais. Amor por dois é suicídio emocional. É codependência. Só a pessoa pode mudar por si só. Só a pessoa pode tomar consciência que suas escolhas estão estragando a sua vida e seus relacionamentos.Até ela chegar à essa conclusão, não há amor no mundo que resolva a falta de decisão dela.
FONTE:GOOGLE |
Pontos positivos : a atuação de Cooper e Gaga.Ambos arrasaram. Deu pra notar uma sintonia muito boa no trabalho deles.
A trilha sonora do filme é 10, principalmente Gaga cantando La Vie En Rose. Emocionou!
Recomendo fazer algo bem alegre e alto astral após assistir esse filme, principalmente se você é de natureza empática, sensível ou intuitivo. A energia do filme é muito intensa.
estou louca para assistir esse filme e evitei ler algumas criticas para poder "sentir" o filme. a sua visão não diminuiu as minhas expectativas, pelo contrário, me fez pensar sobre o quanto a sociedade hoje tem romantizado relacionamentos abusivos. pelo que vi no trailer e nas entrevistas, achei que o filme fosse aquele romance que dava uma reviravolta mesmo com as dificuldades e trapaças da vida e não um romance abusivo. acho que agora mais do que nunca eu quero muuito assisti-lo hehe.
ResponderExcluirobrigada por essa análise.
https://odezessetedeoutubro.blogspot.com/
Análise bem feita a gente vê por aqui. Ainda nan vi o filme mas estou assustada está. O padrão tem sido esse mesmo nas telinhas porque vende mais pois manipula nossas emoções. Eu lembrei de Oliver Queen de Arrow, série que estou assistindo. Ele foi instavei nas três primeiras temporadas ate amadurecer rsrsrs. Ah e eu ja tive um namorado assim. No dia que ele fez eu passar vergonha na frente de uma amiga porque não suportava ver que eu sabia mais do que ele foi o fim da picada. Homens de verdade querem ver suas namoradas/ esposas brilharem. Chefes de verdade querem ver seus funcionários se destacarem. O resto é tóxico e coisa tóxica ou a gente aprende a manter longe ou se envenena. Bj! Post arraso!
ResponderExcluirExistem vários tipos de abusos. Eu ainda não assisti ao filme mas ele me pareceu interessante.
ResponderExcluirJovem Jornalista
Fanpage
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Eu ainda não assisti o filme, mas quando for já vou planejar algo astral pra fazer depois! Obrigada pela análise!! Bjs
ResponderExcluirO próprio trailer desse filme já me emocionou, o que justifica os elogios, no fim desse post. É uma pena que o cinema mais próximo que exibia esse filme ficasse a 1h40 da minha casa, não sei por que elitizam tanto filmes musicais (mesma coisa ocorreu com Whiplash, só que pior). Parabéns por perceber no filme essas agruras psicológicas; senti a mesma coisa assistindo o documentário da Winehouse (The Girl behind the name) — uma vida onde os vícios eram constantemente presentes no dia-a-dia da cantora, o que a levou à morte e ao abuso emocional várias e várias vezes... Na vida de Jimi Hendrix, a mesma coisa.
ResponderExcluirwww.rapeizedinamica.biz